terça-feira, 6 de janeiro de 2015

CommonKads: Modelo de Conhecimento 1

Já falamos sobre CommonKads aqui. Mas agora faremos um aprofundamento em um de seus modelos:  O modelo de conhecimento. Apresentando os três níveis  existentes: conhecimento de domínio, inferência, tarefa. 

Para a postagem não ficar tão longa trataremos apenas do conhecimento de domínio.

O texto abaixo pode ser encontrado no artigo produzido por Mara Abel. O link estará no final da postagem.

O  modelo do conhecimento separa o conhecimento da aplicação e o conhecimento para solução de problemas (ou metaconhecimento da aplicação). São definidos utilizando-se das mesmas primitivas, porém enquanto o conhecimento da aplicação se refere aos objetos do mundo sobre o qual se deseja raciocinar, o conhecimento para solução de problemas tem por objeto o próprio conhecimento da aplicação. O modelo do conhecimento é descrito em três categorias epistemológicas:
                • Conhecimento do domínio, que descreve o conhecimento declarativo e inferencial do domínio da aplicação;
                • conhecimento de inferência, que descreve os passos básicos de raciocínio que o sistema deve realizar para resolver o problema;
                • conhecimento da tarefa, que descreve quais os objetivos que devem ser alcançados, que informações ou conhecimentos devem ser obtidos para alcançá- los e quais inferências devem ser feitas para atingir esse objetivo.
              
 Conhecimento do domínio
                Descreve as informações estáticas do domínio e os objetos do conhecimento para uma determinada aplicação. O domínio do conhecimento é construído por dois componentes: as estruturas do domínio e as bases de conhecimento (SCHREIBER et al., 1999). As estruturas do domínios descrevem de forma esquemática os tipos abstratos do domínio e como eles se organizam através de hierarquias e relacionamentos. As bases de conhecimento contém as instâncias do conhecimento desses tipos abstratos.
                Diferentemente de modelos de dados, que representam unicamente tipos abstratos que serão instanciados unicamente pelo usuário, um modelo de conhecimento necessita representar determinadas porções do conhecimento que realmente correspondem a instâncias do modelo. Essas instâncias não são instâncias do usuário do sistema, mas instâncias do especialista.
                O conhecimento do domínio refere-se ao conhecimento estático do domínio, ou conhecimento declarativo (como definido no Capítulo de Introdução deste trabalho).
                Descreve os objetos, suas propriedades, e os relacionamentos que compõem a base sobre a qual uma tarefa raciocina.
                As estruturas do domínio são definidas através de três construtos: conceito, relação e tipo-regra.
                • Os conceitos descrevem os objetos ou entidades do domínio da aplicação. São definidos através de seus atributos e valores, sendo que os valores de um atributos são definidos em termos de tipos e de domínio de valores.
                • As relações definem a forma como os conceitos se associam, se agrupam, de dividem ou influenciam uns aos outros. As relações de especialização e  generalização são utilizadas para construir a taxonomia do domínio. Em Common KADS, as relações têm cardinalidade e podem ter atributos associados.
• O  tipo-regra descreve um tipo especial de relação: aquela que descreve as dependências entre instâncias de conceitos com determinados atributos e valores, definindo os caminhos possíveis de inferência do modelo.
                As instâncias dos conceitos do domínio, devidamente valoradas são descritas como expressões do domínio. São também expressões de domínio, as combinações dessas instâncias através de operadores lógicos (E, OU, NÃO) ou aritméticos (<, >, =, +, etc.).
               
                Uma forma usual de descrever esquemas de domínios é através de ontologias de domínio.  Ontologias foram definidas por (STUDER, BENJAMINS e FENSEL, 1998) como (i) um vocabulário de conceitos, que são os termos do domínio; (ii) os tipos que esses conceitos podem ser e que valores podem assumir, ou a tipologia do domínio; (iii) a estrutura de relacionamento entre os termos, especialmente as relações de classe ou partes, ou seja, a taxonomia ou partonomia do domínio. A ontologia do domínio permite definir formalmente um universo compartilhado, sobre o qual todas as operações vão acontecer.
                Ontologias de domínio e métodos de solução de problemas parecem ser as ferramentas adequadas para introduzir funções de inferências em sistemas de gerência de bancos de dados. A representação de ontologias em bancos de dados e a definição de métodos de solução de problemas como primitivas associadas por papéis a essa representação pode permitir a definição de inferências abstratas e independentes de domínio, implementáveis como bibliotecas nos sistemas de bancos de dados. Essas possibilidades vêm sendo discutidas por (GÓMEZ-PÉREZ e BENJAMINS, 1999).
                As bases de conhecimento contém as instâncias dos tipos do conhecimento de uma determinada aplicação, ou seja, dos conceitos, das relações e das regras. Ao contrário dos bancos de dados, as instâncias do conhecimento do domínio, não são instâncias do usuário do sistema, mas instâncias do próprio domínio, como nome de peças, de componentes, regras de diagnóstico, etc. As bases de conhecimento são construídas a partir das expressões do domínio, que descrevem o modelo de domínio, de uma forma potencialmente útil de ser aplicada pelos métodos de solução de problemas. São construídas com o vocabulário do domínio e respeitando as restrições definidas pela conhecimento do domínio. As expressões do domínio podem definir propriedades de objetos, relacionamentos, ou relações entre outras expressões.
 

FONTE:

ABEL,M. Estudo da Perícia em Petrografia Sedimentar e sua Importância para a Engenharia de Conhecimento. Disponível em < http://www.inf.ufrgs.br/bdi/wp-content/uploads/TeseMara.pdf>
 

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