O texto abaixo pode ser encontrado no artigo produzido por Mara Abel. O link estará no final da postagem.
Conhecimento de inferência
Enquanto
o conhecimento do domínio é descrito como uma estrutura de informação ou
conhecimento estático da aplicação, o conhecimento de inferência descreve como
essas estruturas estáticas podem ser utilizadas para suportar o processo de
raciocínio. O conhecimento de inferência é descrito através da primitivas de
inferência, papéis do conhecimento e funções de transferência (SCHREIBER et
al., 1999).
Uma
primitiva de inferência corresponde a
um passo atômico (no sentido de indivisível) de raciocínio, aplicado para
derivar uma nova informação a partir das instâncias do conhecimento contidas na
base de conhecimento e também das instâncias entradas pelo usuário. De acordo
com a metodologia Common KADS, utilizada para descrever o conhecimento,
"uma inferência é completamente descrita através de uma especificação
declarativa de suas entradas e saídas. O processo interno de como essa
inferência transforma aquela entrada na respectiva saída não é relevante no
nível do conhecimento". (SCHREIBER et al., 1999)
Uma
inferência em Common KADS pode ser pensada como um mini- sistema baseado em
conhecimento com uma finalidade bastante limitada e específica. Recebe uma
porção do conhecimento do domínio ou do problema como entrada e gera uma saída,
que é uma transformação desse conhecimento. As entradas e saídas das
inferências são conhecidas como papéis,
que são associados dinamicamente ao conhecimento do domínio. Um determinado
conhecimento pode exercer o papel de uma hipótese em uma determinada sequência
de raciocínio, ou de uma solução em outra sequência, dependendo que qual forma
de solução de problemas é utilizada. Os papéis do conhecimento podem ser estáticos ou dinâmicos.
Os
papéis dinâmicos do conhecimento referem-se às entradas e saídas das
inferências, instanciadas no momento da execução, normalmente com os dados do
usuário. Os papéis estáticos são mais estáveis ao longo do tempo. Definem quais
as expressões de conhecimento do domínio aplicadas para realizar a inferência.
Referem-se as regras ou taxonomias de domínio representadas no modelo e
instanciadas de acordo com as necessidades da inferência.
Juntas,
as inferências formam os blocos construtores do raciocínio de uma sistema. O conjunto
das inferências pode ser representado graficamente, de forma a explicitar as
relações de dependência entre os
passos de inferência. As estruturas de inferência assim construídas, quando
definem métodos de solução abstratos e reusáveis em outros domínios,
constituem-se em métodos de solução de
problemas ou PSM.
O
uso de métodos de solução de problemas associados a modelos declarativos, dos
quais ontologias tem se mostrado o mais adequado, permite definir módulos de
solução para diferentes problemas que utilizam conhecimento do mesmo domínio. O
sistema pode ser desenvolvido de modo incremental e os métodos de solução podem
migrar entre diferentes domínios.
Assim,
uma base de conhecimento que suporte diagnóstico de falhas em equipamentos
utilizando um método de solução de problemas (de diagnóstico) pode também ser
utilizada para projeto, com outro método de solução de problemas. Da mesma
forma, métodos de diagnóstico, projeto ou planejamento podem ser aplicados a
diferentes domínios, cujas ontologias baseiam-se nas mesmas primitivas.
Os
princípios que norteiam essa forma de desenvolvimento:
•
base de conhecimento que contenha toda a informação do domínio, mesmo aquela
não imediatamente necessária à inferência e
•
métodos de solução propostos de forma abstrata e independente para diferentes
problemas vêm de encontro às necessidades de bancos de dados inteligentes, de
manter a independência entre o conhecimento e métodos de inferência, e a
modularidade dos componentes de inferência.
ABEL,M. Estudo da Perícia em Petrografia Sedimentar e sua Importância para a Engenharia de Conhecimento. Disponível em < http://www.inf.ufrgs.br/bdi/wp-content/uploads/TeseMara.pdf>
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